5 Razões para um cristão apadrinhar uma criança

A igreja cristã carrega em sua história uma tradição de generosidade, compaixão e serviço em favor dos menos assistidos. Como alvos da graça salvadora, do amor incondicional e da bondade divina, cada cristão tem razões de sobra para fazer fluir no mundo as boas dádivas recebidas da parte de Deus. Aliás, na Bíblia Sagrada não faltam versículos que estimulem o exercício da partilha, bem como a assistência e a proteção aos mais vulneráveis.

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“Já se passaram mais de 20 anos, mas o meu sentimento de gratidão será eterno. Hoje, sou madrinha de uma criança no interior do Ceará, o Júlio César. Essa foi a forma que encontrei de retribuir todo o bem que me foi feito através do ChildFund Brasil” - Joseane

As palavras da Joseane mostram de forma muito especial o significado e o impacto do apadrinhamento. Ela, que já foi apadrinhada e hoje é madrinha do Júlio, é uma das quase 31 mil pessoas que acreditam no trabalho para transformar vidas e mudar a realidade que coloca o Brasil no nono lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo [2].

O exemplo da Joseane é apenas um entre muitos que evidenciam os frutos desse esforço para romper com o ciclo de pobreza e abandono de crianças, adolescentes e jovens. Ao se tornar madrinha para expressar a gratidão de seu coração, a atitude dela também é uma forma de contribuir para o fortalecimento de uma cultura de generosidade e mostrar que superar a pobreza e a desigualdade é uma responsabilidade coletiva.

Um país melhor e mais justo só é possível com a mobilização e o envolvimento da sociedade, pois os principais viabilizadores deste trabalho são as pessoas que investem financeiramente, por meio do apadrinhamento, por exemplo. São desses atores e de outras entidades, do Brasil e do exterior, que o ChildFund Brasil recebe todos os recursos para beneficiar cerca de 115 mil pessoas, de forma direta e indireta, em 56 municípios brasileiros.

A fim de ampliar a atuação em novas áreas consideradas de alta vulnerabilidade (em algumas regiões, a taxa média da presença do evangelho é de menos de 10%), foram criadas as Pontes Sociais, uma estratégia que estabelece parcerias com igrejas e organizações cristãs para expansão das ações, visando à superação da pobreza. Para apadrinhar e se tornar uma ponte de transformação de vidas, não faltam razões.

1. Apadrinhar é ser abençoado

“O doador é tão abençoado pelo compartilhamento de si mesmo que, por sua vez, contribui para uma cascata de compartilhamento e doação em um sistema muito maior. Essa tem sido minha experiência.” As palavras de Daniel, padrinho que vive em New York City, EUA, é um exemplo real do que diz a Bíblia em Atos 20.35, que é mais feliz quem dá do que quem recebe. Há quem diga que dinheiro não traz felicidade, mas alguns experimentos mostram que isso depende da forma como você gasta [3]. Independente da quantia, investir no bem-estar de alguém, proporcionar proteção, assegurar a educação ou a alimentação de uma criança, são ações que podem gerar no coração de quem doa uma satisfação e uma alegria que só experimenta quem não está preocupado em investir apenas em si mesmo.

2. Apadrinhar é preocupar-se com aquilo com que Deus se preocupa

Existem mais de 1.700 referências na Bíblia sobre as crianças e a infância, sobre a preocupação de Deus com os negligenciados ou explorados. Deus se coloca ao lado dos vulneráveis e considera as crianças dignas de proteção. Quando crianças são negligenciadas, abusadas ou vitimadas, Deus se entristece [4]. Portanto, apadrinhar é entender a preocupação de Deus e responder positivamente ao cuidado com as pessoas menos assistidas.

3. Apadrinhar é sinalizar o reino de Deus

O povo de Deus é a comunidade do reino de Deus no mundo. Como comunidade do reino, a igreja confessa e proclama a Jesus Cristo e realiza as boas obras que Deus preparou de antemão para que as faça (Ef. 2.10). Por meio da Igreja e de suas boas obras o reino de Deus se torna historicamente visível como uma realidade. As boas obras apontam para o reino que já veio – na pessoa de Jesus Cristo, que veio para dar vida em abundância – e para o reino que está por vir, onde “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor” (Ap. 21.4). Neste sentido, o apadrinhamento representa a possibilidade de crianças, adolescentes e jovens desenvolverem todo o seu potencial para viverem plenamente e com dignidade.

4. Apadrinhar é contribuir para uma cultura de generosidade

Diante dos desafios e dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus, as ações de filantropia atingiram uma dimensão inédita no Brasil. De março a maio de 2020, foram mais de 5 bilhões arrecadados para fundos e instituições [5]. Em Isaías 58.7, o povo de Deus é convocado a praticar o verdadeiro jejum: “partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo”. E não poderia ser diferente. O que esperar de alguém que já foi amado, perdoado e transformado, senão um estilo de vida marcado pela prática diária da justiça e da solidariedade? Desse modo, a igreja de Cristo impacta ao mundo com uma cultura de generosidade e amor ao próximo,“para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt. 5.16).

5. Apadrinhar é um testemunho de amor ao próximo

Jesus resume os mandamentos em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mc. 12.31; Mt. 22.39). Fica claro que se alguém não deseja viver em situação de privação, escassez, violência, fome e abandono, não deve cruzar os braços ao ver outras pessoas vivendo nessa realidade. Se o mandamento é amar ao próximo, apadrinhar é uma das formas práticas de obedecer a este mandamento e de testemunhar o amor de Deus ao mundo.

Notas

[1] Por que apadrinhar (Ponte Social)
[2] Brasil é nono país mais desigual do mundo (IBGE)
[3] Doar nos faz pessoas melhores (Trackmob)
[4] BREWSTER, Dan. A criança, a igreja e a missão. (Ultimato)
[5] A força da solidariedade (nexjornal.com.br)

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